terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Tudo normal na Câmara municipal?

A interrogação supra pode parecer descabida, tendo em conta que a actual maioria faz o melhor que pode e sabe para assegurar aquilo que considera a normalidade autárquica. Sucede contudo que, na reunião de ontem, logo a abrir o Período de antes da Ordem do dia, "Anabela Freitas dá conta de uma auditoria que está à decorrer à Divisão financeira desde a semana passada." Eram precisamente 15H03. 
Elsa Ribeiro Gonçalves, que assistia à reunião camarária e noticiou em directo, é uma jornalista experiente e competente. Se a senhora presidente tivesse acrescentado os indispensáveis detalhes,  a briosa periodista teria noticiado isso mesmo. Temos portanto que, legalmente obrigada a facultar a informação, Anabela Freitas resolveu escamotear a coisa. Deliberadamente, procurando ocultar aspectos que lhe não convêm, ou simplesmente porque se está nas tintas para os eleitores tomarenses.
Seja como for, no estado actual das coisas, sabe-se que há uma auditoria em curso, mas ignora-se quem a ordenou e porquê. Tal como igualmente se ignora qual o seu âmbito e a entidade que a está realizar.
Desde o início do mandato anterior que o chefe da divisão financeira é um funcionário destacado de outro serviço público, numa nomeação de confiança política. É por conseguinte improvável que a presente auditoria esteja a ser levada a cabo por encomenda do próprio executivo. Sendo assim, restam duas outras hipóteses. Ou houve cedência a um anterior pedido da oposição PSD/IPT, ou trata-se simplesmente de uma inspecção da IGAI, ou equivalente, convenientemente baptizada como simples auditoria. Neste último caso, falta também saber  se é uma acção de simples rotina ou, pelo contrário, consequência de uma ou várias denúncias.
A verdade é que qualquer leigo medianamente informado sabe que existem três tipos de auditoria, se é mesmo isso que está em curso na Divisão financeira: A - Auditoria financeira; B - Auditoria de cumprimento; C - Auditoria operacional. Será alguma destas? Ou estaremos na verdade perante uma sindicância com nome suposto, para evitar alarmes prematuros?
Perante  estas dúvidas, seria de toda a conveniência que a senhora presidente resolvesse, por uma vez, "despejar o saco" a tal respeito. Porque com dúvidas, suspeitas e informações truncadas, não vamos longe. Infelizmente para Anabela Freitas e para todos nós, apesar de muito assessorada, não parece ser essa a sua maneira de estar na política. Na mesma reunião camarária, avançou que já há três locais referenciados para a futura Feira de Santa Iria, mas recusou para já indicar quais são, prometendo novidades em Janeiro. 
Parecemos um bando de crianças a brincar às escondidas, quando está em causa uma comunidade humana a definhar de dia para dia.


ACTUALIZAÇÃO

Uma consulta mais recente ao Tomar na rede permitiu perceber que se trata afinal de uma auditoria ordinária da Inspecção geral de Finanças. Não custava nada ter esclarecido o assunto logo na origem, mas a mania do secretismo...

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