sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Uns sacam outros pagam - 1

Toda a informação local e alguma  regional destacam o início das obras de reabilitação nos Pegões Altos. Com razão. Trata-se de obras urgentes e indispensáveis, única forma segura de evitar a derrocada de dois ou três arcos daquele monumento que é parte integrante do Convento de Cristo. Custeados pelo Município de Tomar, os trabalhos agora iniciados só estarão concluídos já depois das próximas eleições, lá para Dezembro. São 300 mil euros que poderiam ser aplicados noutras iniciativas municipais, caso a DGPC que gere o Convento de Cristo, soubesse honrar os seus compromissos. Infelizmente, a situação actual mostra que tal não é o caso. Tomar a dianteira tem até muitas dúvidas que no Palácio Nacional da Ajuda algum responsável conheça mesmo o Aqueduto dos Pegões. A começar pela própria directora do monumento, agora em final de comissão de serviço em Tomar.
Estas duas fotos mostram o local dos trabalhos e um aspecto geral dos Pegões Altos, que são apenas a parte mais conhecida e monumental de um aqueduto filipino com cerca de seis quilómetros de extensão, inaugurado em 1613, após vinte anos de trabalhos:

 O local das obras, que visam estabilizar os arcos visivelmente inclinados para a esquerda.

 Um aspecto da grandiosidade dos Pegões altos.

Urgentes e indispensáveis, as obras em curso são apenas uma pequena gota num oceano de miséria. Atravessado o aqueduto rumo aos Brasões e ao Casal Novo, ao mesmo tempo que é possível visualizar a grande complexidade da construção, surgem mazelas por toda a parte:

Esta foto, obtida na direcção oeste - leste, mostra que o aqueduto forma um gigantesco S.

A casa da água, situada do lado oeste, tal como a sua irmã gémea a leste, há muito que deixou de cumprir a sua função de refrigério dos monges, que se sentavam nos bancos laterais, e de decantação da água vinda das nascentes a noroeste. A bacia de decantação serve agora de contentor de lixo.
Mais adiante, onde ainda são respeitados os limites da propriedade pública, (dois metros e meio de cada lado do aqueduto), avultam os roubos das lajes de cobertura ao longo dos tempos:




Mas o pior fica para o próximo escrito. (Maneira hábil de ganhar coragem para dizer mais coisas muito desagradáveis.)

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