sexta-feira, 16 de junho de 2017

Agreste, polémico, extremista, mal educado

 Agreste, polémico, extremista, mal educado, assim tenho sido adjectivado pelos meus queridos conterrâneos. Tudo porque procuro sempre defender com vigor esta terra que me viu nascer e que adoro.
São apodos que doem, que amarguram, que revelam incompreensão, inveja e intolerância. Por isso me fui queixando de forma moderada. Sem nunca ir ao fundo do meu pensamento. Jamais dizendo o que agora ouso escrever. Sempre fui pensando, para manter o ânimo, que um dia viria quem bom de mim faria. Quem demonstrasse na prática que no fim de contas os meus prezados conterrâneos estão enganados. Tanto em relação a mim, o que não tem uma importância por aí além, como infelizmente em relação a muitas outras coisas, essas sim sobremaneira importantes.
Escrevo isto com uma certa alegria íntima, pois afinal acaba de surgir quem moderado de mim faz. E logo três ilustres conterrâneos de elevada craveira intelectual. Ora vejamos.
No TEMPLÁRIO desta semana sob o título Além do Convento de Cristo o conhecido periodista, economista e mestre em estratégia Sérgio Martins, é  bastante percutante:


Mesmo crítico em relação à governação de Anabela Freitas, nunca ousei ser tão categórico. Até porque não se deve julgar nenhum organismo nem nenhuma pessoa antecipadamente. Nesta matéria por estar por demonstrar que assim seja de facto. Mas Sérgio Martins lá terá as suas razões. Em todo o caso, não se poderá dizer que está a ser moderado. Pelo contrário.
Também o ilustre causídico tomarense Godinho Granada, (que aproveito para saudar e com quem já tive a honra de polemicar na imprensa local, naquele caso da ida para Santarém do quadro de S. João, com todo o respeito e boa educação de parte a parte), avançou esta semana tipo carga de cavalaria, não contra a senhora presidente da Câmara, mas contra o senhor ministro da Cultura. Na página 13 d'O TEMPLÁRIO, com LAMENTÁVEL como título, alinha designadamente estes cinco parágrafos, que me parecem mais ao meu estilo agreste que ao usualmente elegante estilo dele:


Já de papinho cheio com os dois excertos anteriores, que fazem de mim de facto um pacato escriba moderado, porque nunca pedi a demissão de ninguém, resolvi guardar o melhor para o fim. Como nos telenovelos da nossa TV. No austero, tradicional e usualmente canónico CIDADE DE TOMAR, na sua secção Quotidianos, Armando Rebelo (que apesar da homonimia não tem qualquer relação familiar comigo), aborda o caso do Convento de Cristo com muito ânimo e frontalidade:


Não desejando comentar as posições do articulista, não posso contudo deixar de dizer aquilo de que estou convencido: Se a peça de Armando Rebelo fosse subscrita por António Rebelo, é quase certo que o meu querido amigo António Madureira a não deixaria publicar, pretextando que não se enquadra no estilo do jornal. E realmente não se enquadra mesmo. Mas já Camões dizia, há mais de quatro séculos, "Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades..."
Perante isto, permitam-me dois apontamentos sintéticos. Um para dizer que posso deixar de escrever quando me aprouver, pois já tenho sucessores bem mais competentes e agressivos do que eu. Outro para perguntar se mesmo assim eu é que sou agreste, polémico, extremista, mal educado e outros mimos do mesmo tipo. Não precisam de responder já. As eleições são só em Outubro e eu não serei candidato.

Sem comentários:

Enviar um comentário